CAPÍTULO 42
Entre a solidão e a manchete
A casa estava grande demais. Silenciosa demais. Vazia demais.
Alinna desceu as escadas com os pés descalços, segurando um livro que tentava, em vão, prender sua atenção. O silêncio fazia eco. Nem mesmo os quadros pareciam querer conversar com ela.
A cada passo, sentia o peso da solidão. Não era a ausência de móveis, de roupas, de ruídos — era a ausência de calor humano. De presença. De afeto verdadeiro.
— Senhorita Alinna — chamou Jarbas da porta da cozinha. — O carro está pronto.
Ela assentiu. Vestia um casaco preto, e os olhos carregavam a mesma cor. No banco de trás, seguia imóvel. Os dedos entrelaçados sobre o colo. No cemitério, as flores que colocou sobre o túmulo dos pais não foram suficientes para aplacar a saudade. A dor da ausência sempre ficava. Nada era suficiente.
— Sabe, tio... às vezes penso que minha alma ficou aqui com eles.
Jarbas não respondeu. Mas seus olhos marejados diziam que entendia.
Enquanto isso, na Flórida, Caio pas