NOAH
Acordei antes do sol.
Não dormi direito, mas isso não importava. Pela primeira vez em muito tempo eu tinha uma decisão que não era motivada por medo, obrigação ou culpa.
Era minha.
Totalmente minha.
Levanto devagar para não acordar Ella. Ela respirou mais profundamente quando sentiu minha mão sair da dela. O médico foi claro: ela precisava de repouso. Mas eu também sabia que emocionalmente… ela estava frágil. Eu quase a perdi. Quase perdi os dois.
Eu me vesti em silêncio e fiquei um tempo parado na porta do quarto olhando para ela, lembrando do desespero que senti quando a vi naquele hospital. Isso reorganizou minhas prioridades de um jeito violento.
E no topo da lista estava: não ser mais a marionete do meu pai.
***
No caminho para a empresa, dirigi com a determinação de quem vai encerrar um ciclo. O prédio da H&R nunca pareceu tão sufocante. As paredes de vidro, o dourado na entrada, o crachá… tudo parecia carregar uma corrente invisível.
Mas não mais.
Eu tinha contatos.
Eu ti