NOAH

Eu não planejei bater na porta dela.

Muito menos o que veio depois.

Mas quando Ella abriu a porta, com o rosto ainda úmido pelas lágrimas que ela insistia em esconder, eu soube.

Soube que não dava mais para recuar.

Nem fingir.

Nem manter a distância segura que ela fingia querer.

Ella sempre foi meu ponto de desequilíbrio.

E agora ela estava na minha frente, vulnerável, irritada, machucada — e absolutamente linda.

Quando entrei no quarto e ela fechou a porta atrás de nós, senti a respiração dela prender.

A minha também prendeu.

— O que você quer conversar, Noah? — ela perguntou, a voz baixa, arisca, como se se protegesse de mim.

Mas eu não podia começar com palavras.

Eu simplesmente avancei alguns passos, até ela dar um passo para trás.

Mais um.

Até encostar na parede.

— Por que você tá fugindo de mim? — perguntei, minha voz mais tensa do que eu queria.

Ella desviou o olhar.

Ela sempre faz isso quando está com medo do que sente.

— Noah… o que aconteceu não deveria ter acon