Eu achava que depois daquela noite — daquela entrega completa, daquele passo que mudou tudo entre nós — as coisas ficariam mais simples. Que o desejo dele, tão explícito, tão confesso, deixaria claro o que éramos um para o outro.
Mas não.
Não quando se trata de Noah Alvarenga.
E muito menos quando se trata de mim.
Acordei naquela manhã com o corpo ainda sensível, a pele marcada pelas mãos dele, e a mente tentando processar tudo o que havia acontecido. Eu ainda conseguia sentir o cheiro dele na minha pele. Ainda conseguia ouvir a voz dele dizendo meu nome como se fosse uma prece.
Só que junto disso veio outra coisa: medo.
Medo do que aquilo significava.
Medo do que poderia significar.
Medo do que aconteceria se alguém descobrisse.
Quando desci para a cozinha, minha mãe já estava preparando o café dos patrões. E, graças a Deus, ela não percebeu nada de diferente em mim — ou, se percebeu, fingiu não ver.
Eu tentei ocupar a mente com qualquer coisa: suco, café, frutas, pães… mas toda vez