Santino
Livros sempre foram meu refúgio desde que tudo acontece. Um prazer silencioso que aprendo a valorizar nos meus momentos de introspecção. Nunca fui fã dos romances com finais felizes — esses que prometem eternidades embaladas em perfeição. Depois do que passo, fico cético quanto a isso. Quando pego um livro meloso demais, abandono nas primeiras páginas. Prefiro os de Nicholas Sparks, com aquela pitada amarga de realidade. De tragédia.
Mas agora, com um policial excelente aberto nas mãos, não consigo me concentrar. Minha mente está cheia demais dela. De Marina.
Quando volto para casa, sei que seria inevitável revê-la. Mas tudo o que penso, planejo ou me esforço para manter sob controle se desfaz no momento em que a vejo. O que sinto não só continua aqui — ele cresce. Se intensifica. Me atropela.
Não adianta: aquilo que cala fala mais alto ao coração. Silenciosamente, eu a amo. E não posso extravasar isso.
Seu rosto, seus olhos, sua pele, seu corpo... estão vivos demais na minha