Otávio
Eu estava ali, parado na porta do meu escritório, olhando para o relógio pela décima vez. Será que ela vinha? Será que ela teria coragem de me enfrentar depois daquele olhar que lancei na sala de amostras? Meu coração batia acelerado, um nervosismo estranho que eu não costumava sentir. Para quê tanta ansiedade? Eu sou o Otávio Monteverde, CEO de uma das maiores empresas do país — ninguém recusaria uma proposta minha.
Ri de mim mesmo, cruzando os braços e fazendo uma careta de reprovação.
— Que merda de pensamento é esse? — murmurei, batendo o punho leve na porta. — Quem recusaria uma oportunidade de crescer, hein? Para de imaginar coisa.
Respirei fundo e tentei me acalmar. Entrei em minha sala e me acomodei em minha cadeira. Eu estava sentado atrás da minha mesa, os dedos tamborilando nervosamente sobre a superfície de madeira polida. A sala era ampla, com janelas do chão ao teto que deixavam entrar a luz suave daquela manhã cinzenta. Aquele espaço minimalista, decorado