CLARICE
Eu sempre soube que Dante Carvalho seria meu.
Desde o dia em que entrei na Carvalho Tech como diretora de marketing, cinco anos atrás, soube. Ele era tudo o que eu procurava em um homem: poder, inteligência, beleza, respeito.
E quando Helena morreu, pensei: Agora é minha chance.
Esperei o tempo apropriado. Um ano de luto. Dois. Três.
Me aproximei aos poucos. Jantares corporativos que se estendiam. Conversas que iam além do profissional. Toques sutis que testavam o terreno.
Mas ele nunca reagiu.
Educado. Sempre educado. Mas distante.
E eu aceitei. Porque sabia que homens como Dante Carvalho levam tempo. Que a perda de Helena tinha sido devastadora. Que eu só precisava ser paciente.
Até que, dois meses atrás, algo