Várias luzes da cidade já se apagaram e os fogos de artifício tinham terminado a muito tempo. Amélia e Ícaro ainda estavam abraçados no alto da colina, enquanto ela contava sua história, somente com o céu como testemunha.
- Tentei pedir ajuda aos meus pais quando eu percebi que ele não ia parar. A essa altura, eu já estava cheia de marcas de chicotadas por todos as partes que ficavam cobertas pelas roupas. – Amélia fixou os olhos num ponto da noite, pensando o quão sozinha e abandonada se sentiu. – Meu celular foi confiscado e ficava em poder de Fernando, ele maquiava minhas atividades para que tudo parecesse normal. Quando eu finalmente consegui fazer contato, minha mãe foi quem atendeu a única ligação que eu consegui fazer com a ajuda da cozinheira. Ela me disse que eu não devia caluniar meu marido com mentiras tão abomináveis só porque ele estava determinado a me transformar em uma verdadeira dama.
- Vadia estúpida
- Me dei conta que estava totalmente sozinha, e que ninguém se imp