A luz suave da suíte refletia o brilho discreto de Valentina, terminando de ajustar os brincos diante do espelho. Depois, foi até a mesa da cabeceira da cama, pegou o celular e discou para o irmão:
— Rique... Já estou pronta. — Sua voz carregava firmeza, mas o aperto no peito denunciava o receio.
Ela desligou e ficou alguns segundos parada, olhando o próprio reflexo. Respirou fundo, fechou os olhos. “É só uma festa…”, pensou. Então, reuniu coragem, girou a maçaneta, e saiu da suíte.
O corredor do andar estava estranhamente silencioso. A iluminação morna e os tapetes espessos abafavam até mesmo o som dos seus saltos. Assim que deu os primeiros passos, seu corpo enrijeceu.
Havia um homem parado a poucos metros. Alto, aparentemente musculoso e estranhamente imóvel. Estava vestido com uma fantasia escura e uma máscara que cobria completamente o rosto. Usava luvas pretas. Nenhuma parte de sua pele estava visível.
O homem de preto.
Valentina parou bruscamente. O coração acelerou como um tam