Lucila
A tela do painel do carro piscava com mais uma ligação de Vitório. Lucila ignorou a chamada mais uma vez, se concentrando na direção.
Já eram quase onze horas e ela sabia que precisava voltar para casa e ver como Olavo estava e também dar um pouco de atenção aos seus pais. Mas pensar em enfrentar Vitório agora, era impossível.
Não se sentia pronta para estar frente a frente com ele. Temia que seus sentimentos a traíssem e que no momento em que seus olhos se encontrassem, ela se jogasse em seus braços fortes, firmes... másculos.
“Pare de pensar nele com... com desejo! Se concentre Lucila!” corrigiu a si mesma.
Nesse horário ele já devia ter saído de casa, e ela poderia voltar sem ter que lidar com o que estava sentindo e com esse calor escaldante que a dominava toda vez que pensava nele.
Diminuiu a temperatura do ar condicionado, esfregando a nuca tensa.
Quando é que essa sensação de se derreter inteira iria passar? E por que sentia que sua calcinha continuava vergonhosa