Lucila
O som da respiração tranquila de Olavo trouxe um sorriso suave ao rosto de Lucila.
Pensava em uma forma de se levantar sem acordá-lo, pois nesse momento a criança dormia em um lugar improvável; em seus braços.
Na noite passada, depois de alimentá-lo, ela o levou até o banheiro para que ele se lavasse e se aquecesse, e também porque precisava se livrar das roupas molhadas. Olavo colocou suas roupas no corredor dobradas como se estivessem limpas, e em seguida fechou a porta.
Ele era uma criança desconfiada e meticulosa, muito diferente das que Lucila estava acostumada a lidar.
Enquanto ele tomava banho, ela lavou e secou sua roupa, e percebeu que eram peças bem gastas de segunda mão, possivelmente ele estava nas ruas pois só isso para explicar o estado em que o abrigo e o tênis estavam.
Quando ele disse que já tinha acabado, ela levou um roupão até a porta, e por uma fração de segundos conseguiu vislumbrar parte de suas costas e braços. Imediatamente seus olhos marejaram.
Ol