Vitório
A manhã se arrastava em tons de aço e vidro na Acrópole, refletindo a imponência da holding que há décadas dominava o panorama arquitetônico mundial. Do 47º andar, a vista panorâmica de São Paulo parecia uma maquete viva, linhas geométricas e fluxos de vida se entrelaçando embaixo dele enquanto Vitório ajustava discretamente os punhos da camisa e observava a mesa oval diante de si.
A sala de reuniões, ampla, moderna, minimalista, ocupada por telas holográficas e painéis interativos, era o palco perfeito para mais uma disputa silenciosa entre gigantes corporativos.
Do outro lado da mesa, quatro investidores japoneses, representantes da terceira maior corporação imobiliária de Tóquio, já aguardavam. As expressões reservadas, corteses, indecifráveis. Homens acostumados a negociações longas, estratégicas e impecavelmente calculadas.
Vitório inspirou fundo, precisava de concentração total, o que vinha se tornando cada vez mais difícil conforme sua vida se tornava uma cama de gato