Vitório
O dia estava fresco e não havia sol. Ele cruzou os imensos corredores do suntuoso hall de entrada da Acrópole como quem atravessa um campo de batalha, firme, ereto, intocável.
O terno negro cortava sua silhueta alta com sobriedade, e os sapatos impecavelmente engraxados não emitiam um ruído sequer sobre o mármore polido. Os olhares de cobiça das recepcionistas e outras colaboradoras não causavam mais nenhuma emoção em Vitório.
Antes, quando ainda era ele mesmo, achava aqueles olhares e sorrisinhos disfarçados, divertidos. E costumava flertar com algumas delas com um simples cumprimento ou um meio sorriso.
Mas agora, isso era só a reação vazia de pessoas que se apegavam a sua aparência e status.
Com a expressão fechada que se tornou sua máscara intransponível, ele subiu ao último andar, já prevendo a animosidade disparada diretamente por seus irmãos.
A decisão de retornar à Acrópole depois do que causou a holding, não foi dele. Foi mais uma exigência disfarçada de p