Astrid
Uma das empregadas serviu o chá na impecável porcelana branca francesa. Levando a xícara fumegante aos lábios, ela se levantou, caminhando até a ampla sacada. A paisagem urbana e cinzenta a recebeu com certo reconhecimento, mas o ligeiro esgar de novo logo surgiu em seus lábios desenhados pelo batom vermelho fosco.
Mal havia pousado neste lugar, e ela já queria voltar para a bela cobertura na capital suíça onde esteve nos últimos sete meses. Entretanto, sabia que isso só seria possível se seus planos se concretizassem.
O primeiro passo foi dado e não foi por ela, mas pelo seu querido filho. Olavo.
O fruto de seu amor inesquecível por Vitório, uma conquista que quase causou sua morte, mas que deu o resultado esperado.
Olavo cresceu e seguiu as migalhas de pão que ela deixou, o levando direto até seu verdadeiro pai, Vitório. E agora que ele já estava no coração e na mente do pai, tudo o que tinha que fazer era dar o xeque mate.
Aquela muda ordinária estava com os dias contado