Lucila
Lucila sentiu os joelhos cederem, como se o som daquelas três pequenas palavras dele tivessem arrancado o chão sob seus pés. O quarto pareceu girar de forma lenta, quase surreal, e se não fosse pelos braços fortes de Vitório envolvendo-a naquele instante, ela teria caído como uma folha arrancada de uma árvore pelo vento.
Seu corpo, que tantas vezes se fechou para suportar a dor, agora parecia incapaz de se sustentar diante daquela revelação.
O som da voz dele carregada de uma poderosa sinceridade, sem hesitação, ecoava em sua mente como uma sinfonia impossível, tão bonita que doía.
Ele a amava.
Não como um homem diz por hábito ou por gentileza, mas com a ferocidade crua de quem sente a necessidade desse sentimento forte e inabalável. A profundidade de seu tom de voz, a urgência, e a necessidade de falar tudo pelo qual seu coração pulsa.
“Vitória me ama...” pensou.
Os olhos de Lucila transbordaram antes mesmo que ela pudesse respirar fundo. As lágrimas quentes queimavam suas