Setenta e dois

Eduardo

A escuridão do sono sedado se dissipou lentamente, não como um despertar abrupto, mas como uma maré recuando, revelando a costa da consciência em pedaços desconexos.

A dor foi a primeira coisa que ele sentiu - uma presença surda, latejante, profunda. O lembrete mais físico possível de sua própria fragilidade.

A segunda coisa foi o calor. Um calor diferente do artificial do hospital. Um calor vivo, humano, que parecia irradiar de um ponto específico à sua direita.

Eduardo abriu os olhos, as pálpebras pesadas, e o mundo levou alguns segundos para se ajustar. A luz da tarde entrava pela janela, dourada e suave, transformando o branco do quarto em tons quentes e irreais.

E então ele a viu.

Vivian.

Por um instante, achou que fosse mais um delírio dos sedativos - uma miragem criada por um cérebro faminto por redenção. Mas não. Ela estava ali.

Sentada na poltrona de couro que antes estivera vazia. O corpo ereto, o rosto voltado para ele. E aqueles olhos - os mesmos que ele conhecia d
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App