Eduardo
Sentia a presença de Vivian como um olhar constante, ainda que invisível, mesmo quando ela estava em outro cômodo. Durante todo o evento, sua busca foi incessante - um farol em meio à tempestade de sorrisos falsos e conversas vazias. Ele procurava seus olhos com a urgência de um homem se afogando procurando por terra firme, mas Vivian, com a precisão cruel de quem conhecia todos os seus movimentos, evitava seu olhar de maneira metódica, calculada.
Cada vez que ele tentava se aproximar, ela se virava para conversar com alguém, desaparecia atrás de uma coluna, subia as escadas para o mezanino. Era uma dança de evasão coreografada com a maestria de quem praticara os passos por anos. Eduardo sentia a rejeição como uma série de pequenos cortes - não profundos o suficiente para matar, mas suficientes para sangrar lentamente sua esperança.
Elisa, percebendo sua vulnerabilidade, grudara ao seu lado como uma segunda pele, uma pulga insistente que ele não conseguia sacudir. Seu perfume