Capítulo 6
A decisão que Arthur não teve coragem de enfrentar, assumi por ele.

Anos suando em negócios que construí sozinha, minha empresa finalmente com alicerces firmes. A herança dos sogros? Recusei na hora. Brigar por migalhas com viúvo desamparado nunca foi meu estilo.

Deixei o apartamento conjugal levando só minhas malas. Em dias seguintes, fechei todos os detalhes com o advogado. Só restava ultrapassar o último obstáculo: a rubrica final de Arthur.

O ar do IML pesava com mistura de cera e desinfetante. O tio de Arthur parecia ter envelhecido dez anos em 48 horas. Ao me ver, me agarrou o braço com força de afogado.

— Bruna! Sabia que não abandonaria o Arthur! Ele está lá... Fala com ele, pelo amor de Deus...

Engoli o nó na garganta e empurrei a porta metálica. Mal dei dois passos, esbarrei num vulto encolhido no chão - não cadáver, mas algo mais triste.

— Arthur? — Exclamou, surpresa, reconhecendo o terno de seda amassado. O homem no chão ergueu o rosto - cabelos grisalhos, olhos vermelhos
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