AIYANA
Peguei uma barra de proteína da mochila, uma daquelas sem gosto que a Alyssa dizia parecer papelão com um leve toque de chocolate e caminhei até Max. Ele estava parado feito uma estátua de mármore bruto na entrada da caverna, vigiando.
— Você vai virar pedra, sabia? — falei, jogando a barra em direção ao peito dele. Ele pegou no ar, mas não olhou pra mim.
— Não estou com fome.
Revirei os olhos.
— Ah, por favor. Se recusar comida agora vou te chamar de pirralho mimado.
Ele finalmente se virou, os olhos verdes cortantes como navalha. Suspirou, quase como se minha presença fosse um fardo.
— Tenho seis anos a mais que você.
— Uau, parabéns — ironizei, cruzando os braços. — Isso te torna um ancião, então? Vai me contar lendas da floresta agora ou aceitar a maldita barra?
Ele a pegou, murmurando algo inaudível. Quase um "obrigado". Quase.
Ficamos em silêncio por alguns segundos. A brisa fria tocava meu rosto. O céu lá fora, cinzento. Tenso. Pressurizado.
Uma sensação... estranha. Um