AIYANA
Eu tenho dois companheiros.
Mas um deles, não me quer. O outro? O outro é um estranho com mudanças de humor.
Mas eles são meus. MEUS.
Ao menos, é isso que a voz continua repetindo na minha cabeça. O problema é que não deveria ter nenhuma voz, e com certeza não uma tão possessiva e mandona. Empurro a sensação estranha e com gosto amarga o caminho todo de volta pela minha garganta, então abraço minha cintura e me inclino na direção da fogueira, fingindo não notar os olhares de Alyssa. Ela está agindo feito uma mamãe galinha, dando voltas ao meu redor e me vigiando de perto. O sol partiu minutos atrás, com o inverno se aproximando, os dias começam a diminuir mais rápido dando espaço a noites mais longas. O que é algo ruim na nossa situação. Muito ruim.
— Você está com frio? — Alyssa pergunta pela terceira vez, e pela terceira vez eu finjo não ouvir.
O aperto no peito não é só dor, é algo mais bruto, mais primitivo.Mas meu corpo inteiro está em estado de alerta.
— Aiyana, por favo