AIYANA
Acordar era como nadar em mel, espesso, lento, grudento.
A luz do sol filtrava-se pelas frestas da lona, dourando o interior da tenda como um lembrete de que a escuridão se dissipou. Um novo dia.Ainda estava deitada nos tapetes felpudos, o calor da lã contra minha pele mal disfarçava o frio que vinha de dentro.
Minha avó estava sentada ao meu lado, os dedos longos e calejados trançando algo que ela nem parecia ver. Seus olhos corriam de um lado a outro da tenda, fugindo dos meus.
— Vó...? — Minha voz saiu fraca, mas foi o suficiente para fazê-la congelar.
Ela parou de trançar.
Os lábios se contraíram, primeiro num traço fino, depois num tremor sutil.
— Bem, eu pensei em maneiras de como contaria a você toda a verdade, até que acreditei que nunca precisaria. Você estava bem, cresceu tão forte e independente.Esse segredo... — ela começou, e sua voz era mais velha do que jamais soou — ...é meu desde o instante em que te peguei nos braços. Poucas horas depois de você nascer.
Meu co