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Capítulo 5 - Você novamente?

Alguns dias se passaram até que, enfim, chegou a tão esperada sexta-feira. Luna estava terminando de fechar o zíper de seu vestido quando parou por alguns instantes para observar o próprio reflexo no espelho. Vestia um modelo preto, tomara que caia, acetinado e liso, com comprimento até a metade das coxas. Calçava uma sandália de salto fino e optou por deixar os cabelos soltos, com ondas que acabara de modelar. Não ousou na maquiagem, exceto pelo batom vermelho-cereja.

James estacionou o carro em frente à casa enquanto esperava. Drica desceu apressadamente para buscá-la.

— Luna! Já está pronta? — chamou, batendo levemente à porta.

Ao ouvir a amiga, Luna pegou sua bolsa sobre a cama e saiu apressada. Ao abrir a porta, deu de cara com Drica.

— Você está um arraso! Eu não imaginei que o vestido ficaria tão bem em você — comentou Drica, surpresa.

— Obrigada, Drica! Quando vesti pela primeira vez, achei estranho... mas depois de um tempo me olhando no espelho, acabei gostando do que vi. A propósito, adorei sua sandália! É nova?

— É sim! Comprei na Wandy e, o melhor, estava na promoção.

— Que legal!

— Sem querer atrapalhar, mas vocês podem continuar essa conversa dentro do carro? — interrompeu James, colocando a cabeça para fora da janela.

Luna e Drica trocaram sorrisos cúmplices e entraram no veículo.

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Diante da boate, depararam-se com uma multidão. As filas davam voltas no quarteirão; todos aguardavam ansiosamente pela grande inauguração. A nova casa noturna do renomado empresário Eron Garossy era o assunto da cidade.

Após alguns minutos de espera, Luna finalmente entrou. Ficou maravilhada com a grandiosidade do ambiente: a decoração em tons de cinza, vermelho e preto era sofisticada, e a música alta fazia seu corpo vibrar com as batidas. Era a primeira vez que ela frequentava um lugar como aquele, e não sabia explicar ao certo o que sentia—uma espécie de adrenalina misturada com encantamento.

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Sobre Eron

No primeiro andar da casa noturna, o escritório de Eron tinha uma grande parede de vidro transparente que lhe permitia uma visão panorâmica do salão principal. Ele permanecia em pé, contemplando o movimento lá embaixo.

— Mais uma casa aberta com sucesso, Eron — disse Xavier, aproximando-se.

O mafioso continuava em silêncio, sério, com uma das mãos apoiada no queixo.

— Estamos com lotação máxima essa noite. Como se sente diante de mais esse sucesso? — insistiu Xavier.

— É o que se espera nos primeiros dias. Ainda é cedo para cantar vitória, não acha? — respondeu Eron, dando as costas ao parceiro.

Sem dizer mais nada, deixou o escritório e saiu para o salão. Dois seguranças o aguardavam na porta e imediatamente o seguiram, atentos.

No bar, Luna e Drica aguardavam seus drinks.

— Não sei se é uma boa ideia beber, Drica. Nunca tomei nada além de refrigerante — confessou Luna.

— Deixa de bobagem, Luna! Estamos aqui pra nos divertir. Seu pai está no Brasil, não tem como ele saber que você bebeu — disse, rindo.

A trilha sonora variava entre música eletrônica, house, black music, rock e até jazz. Eron caminhava pela multidão, que abria caminho respeitosamente. Ele adorava aquele olhar que todos lhe lançavam — alimentava seu ego e reforçava sua sensação de poder.

Na pista de dança, Luna, Drica, James e um amigo em comum se divertiam ao som de Infinity, de James Young. Eron seguia rumo à área VIP, quando uma mulher chamou sua atenção.

Ela usava um vestido preto colado e tinha os cabelos ondulados, soltos. Dançava como se estivesse em transe, sentindo a música percorrer seu corpo. Os braços se moviam no ritmo, elevados e graciosos. Para Eron, ela dançava em câmera lenta.

— Esperem! — ordenou aos seguranças, parando subitamente.

— Aconteceu algo estranho, Eron? — perguntou Xavier, confuso.

Eron não respondeu. Estava completamente hipnotizado pela imagem da mulher.

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Na pista de dança

— Luna, o Pietro pediu para me levar em casa. Você se importa de ir com o James? — perguntou Drica, já se aproximando da amiga.

— Eu não sei se é uma boa ideia... James parece ter bebido além da conta — respondeu Luna, com expressão preocupada.

— Então tá! Posso deixar esse lance pra outro dia — respondeu Drica, fazendo bico.

Luna odiava se sentir um incômodo. Respirou fundo e voltou atrás.

— Drica, relaxa. Posso ir com o James, sem problemas.

— Tem certeza?

— Sim. Pode ir.

— Então tá! A gente se vê amanhã.

Drica se despediu e saiu com Pietro. Luna e James, então, se dirigiram à bancada do bar. James não parava de beber, o que começava a deixá-la inquieta.

— James, acho que já deu. Quero ir pra casa — disse Luna, tentando manter a calma.

— Agora, Luna?

— Sim.

— Que isso, Luna? A noite só está começando! Você precisa relaxar, gatinha. Vive sempre tão tensa, como se tivesse dez anos a mais do que sua idade — disse ele, descendo as mãos pela cintura dela.

Luna recuou, visivelmente desconfortável.

— James, você bebeu demais. Por favor, pare — pediu, tentando afastá-lo.

— Luna, eu sou louco por você... Vem cá — disse ele, segurando seu rosto.

— James, pare! Eu já disse que não.

— Só um beijo, vai...

— PARA! EU NÃO QUERO!

Luna tentou empurrá-lo, virando o rosto. Sentia-se perdida, sem saber como agir. James havia misturado gin com tônica durante toda a noite, e agora estava completamente fora de si.

— Você não ouviu ela dizer que não?

A voz firme fez Luna fechar os olhos. Era familiar, marcante.

Continua...

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