LIA
Eu voltei à Mansão Bittencourt no final da tarde, não como a babá em tempo integral, mas como uma sombra necessária. Usei o portão de serviço, como me foi ordenado por Alexandre, e entrei na casa com minha mala de rodinhas. Eu sentia que estava entrando em um ninho de vespas.
O hall de entrada estava caótico. Caixas de grife, quadros e peças de arte estavam espalhados. Lídia, impecavelmente vestida, estava ditando ordens a dois carregadores sobre onde colocar um chaise longue de veludo. Ela não estava apenas voltando; ela estava se mudando oficialmente. O anúncio do noivado havia transformado a mansão de Alexandre em sua casa.
Eu tentei deslizar pela escada de serviço discretamente, mas fui interceptada.
— Você deve estar de brincadeira. — A voz de Lídia cortou o ar, um chicote de seda.
Eu parei, sem me virar.
— Boa tarde, Sra. Lídia.
— Não me chame de senhora. E tire essa cara de empregada submissa. Você pensa que ganhou, não é? Acha que esse anjo de gravidez me torna fraca? — L