LIA
Dois dias se passaram desde a demissão. Dois dias de ausência forçada e duas noites mergulhadas no Lux. Eu estava exausta. O dinheiro de Durval estava entrando, suficiente para manter meu pai estável por enquanto, mas a culpa por ter abandonado Lorena era um fardo mais pesado que a peruca ruiva.
Eu estava em um hotel barato que Ana havia alugado para minhas transformações, acordando da segunda noite de dança, sentindo a pele suja e a alma vazia. Lídia havia conseguido me isolar, mas havia me forçado a voltar para o único lugar onde eu podia ser Lua.
Na mansão Bittencourt, a ausência de Lia era sentida por todos, exceto Lídia. A rotina de Lorena desmoronou. Ela estava triste, comendo mal, e o sono que Lia costumava garantir estava cheio de pesadelos.
Era 3h00 da manhã. Alexandre foi acordado por um som seco e constante vindo do corredor: uma tosse forte e gutural.
Ele pulou da cama e correu para o quarto de Lorena. Ela estava sentada na cama, lutando para respirar, o rosto pálido e