Um mês.
Alexandre batia os dedos ritmicamente na mesa de ébano do seu escritório, revisando os relatórios de investimento. Um mês desde que Lia, a "babá bagunceira" de Maria, havia entrado em sua casa. Ele esperava que ela durasse uma semana. Duas, no máximo. A maioria das babás fugia de Lorena em menos de setenta e duas horas.
Lia, no entanto, havia se instalado como uma força silenciosa e imbatível.
A casa estava diferente. Não havia mais o silêncio tenso de antes, nem as fugas histéricas de candidatas a babá. Havia risadas. Baixas, contidas, mas risadas de verdade.
Ele se pegou observando-a através do monitor de segurança da brinquedoteca. Ela estava no chão, coberta de tinta e lantejoulas, construindo uma "nave espacial" com caixas de papelão. Lorena estava ao seu lado, concentrada, o cabelo bagunçado e os olhos azuis brilhando de um jeito que ele não via desde o acidente de Luana.
— Lia. — O nome soou inesperadamente quente em sua boca.
A frieza profissional de Alexand