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CAPÍTULO 57 – PRA QUEM NUNCA PÔDE FALAR

A quadra da ONG parecia outra. Faixas coloridas penduradas nos muros, colchonetes no chão, luzes improvisadas nos postes. As crianças da comunidade corriam de um lado pro outro, e até Seu Zé do Gás apareceu com um isopor cheio de geladinho pra vender — ou, mais provável, distribuir de graça.

O clima era de festa. Mas também de revolução.

No canto, Mariana checava a conexão da internet. Jade ajeitava os últimos detalhes do telão. Isis terminava de pintar, com pincel e tinta branca, o letreiro em cima da entrada da quadra:

"LANÇAMENTO OFICIAL – ONG RAÍZES DO MORRO"

A página da ONG tava no ar. Profissional. Com aba de denúncia anônima, formulário de acolhimento, área de relatos, vídeos, links de apoio, legislação. Tudo acessível. Tudo pensado pra quem precisa de escuta, não de julgamento.

O vídeo com Neumitcha era o destaque da noite. Seria transmitido primeiro no telão e, ao mesmo tempo, postado nas redes.

— Tô com o coração saindo pela boca — disse Neumitcha, ajeitando o lenço na cabeç
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