— Otto nunca vai deixar de te procurar.
A voz enfraquecida de Eleonor ecoava na mente de Julia, repetindo essa frase incansavelmente.
Julia sentia seus pulmões se encherem de ar, como se estivesse emergindo de um lago escuro e frio. Era um misto de alegria e medo, como se estivesse saindo para o mundo e sentindo, pela primeira vez, a luz bater em seu rosto e aquecer sua pele. Um frio percorria sua barriga, o coração batia forte em seu peito, como se tivesse acabado de aprender a pedalar uma bicicleta sem balançar, totalmente fora de equilíbrio. Sentia esperança. Sentia alívio.
Julia sabia que, independente de qualquer coisa, tinha que reunir forças e sobreviver a tudo aquilo — sair dali e voltar para casa; não deixaria Eleonor para trás.
“De alguma forma vamos sair daqui juntas” — pensou, determinada.
Como se livraria da algema? Como sairia dali? Como levaria Eleonor tão machucada consigo? Como se livraria de Matthew?
“Calma, calma, calma. Uma coisa de cada vez” — pensou, tentando con