A noite havia descido sobre a fazenda como um véu delicado, envolvendo tudo em um manto de serenidade profunda. As estrelas pontilhavam o céu com uma timidez encantadora, enquanto a lua cheia pairava no alto como uma guardiã silenciosa, lançando sua luz prateada sobre os campos adormecidos. Havia uma beleza ancestral naquele silêncio, interrompido apenas pelo coaxar distante dos sapos, o canto ritmado dos grilos e o sussurro do vento entre as folhas do laranjal.
Dentro da casa principal, um quarto dormia em perfeita harmonia. Aurora, com seus cachinhos dourados espalhados sobre o travesseiro, respirava de forma suave, o peito subindo e descendo como uma flor em brisa calma. A garotinha abraçava suas duas bonecas de pano, Cacau e Lila, com força, como se temesse perdê-las nos sonhos. Isabella a observava em silêncio, com o coração apertado e a alma transbordando de ternura. Cobriu-a com o cobertor leve, ajeitou delicadamente a franja sobre a testa da menina e inclinou-se para depositar