Lorenzo Velardi
Idiota.
É isso que eu sou. Um idiota completo. Um homem que se orgulha de ver os outros de cima, mas que acaba caindo sozinho, sufocado pelo próprio ego.
Estou aqui sentado no meu escritório vazio. As luzes estão baixas, o silêncio grita. E eu, ridiculamente imóvel, com esse copo vazio entre os dedos, como se ele fosse me oferecer uma resposta, uma justificativa, um perdão.
Mas tudo que ele faz é refletir o que sou agora. Um vácuo. Um recipiente que um dia já foi cheio de alguma coisa parecida com humanidade… e que hoje transborda raiva, orgulho e culpa.
“A última coisa que eu faria seria deitar na cama de um homem como o senhor.”
As palavras dela. Cada sílaba como uma lâmina fria cortando a carne do meu orgulho. Ela disse isso olhando nos meus olhos. Sem medo, sem hesitação, sem abaixar a cabeça, mesmo machucada. Mesmo depois de eu tê-la humilhado.
Ela… não gritou. Não chorou. Ela não precisou fazer escândalo para me reduzir a nada.
Apenas existiu inteira.
E eu? Eu fu