Na manhã seguinte, o ambiente na empresa parecia normal — funcionários indo e vindo, relatórios sendo revisados, e a rotina de um império que nunca dormia.
No entanto, havia algo no ar que indicava uma mudança sutil, mas palpável. Helena entrou no escritório de Nicolas com o semblante tenso, segurando um envelope pardo como se fosse um objeto perigoso, uma bomba-relógio prestes a explodir.
— O que é isso? — perguntou ele, sem levantar os olhos dos documentos que cobriam sua mesa em pilhas desordenadas, refletindo os pensamentos confusos em sua mente.— Chegou pela portaria, endereçado diretamente a você — respondeu ela, pousando o envelope sobre a mesa com um gesto firme, mantendo, porém, o ar de normalidade que ainda persistia. — Sem remetente.
Nicolas ergueu o olhar, pegou o envelope e virou-o entre os dedos, tentando sentir a intenção de quem o enviara.
O selo era comum, mas a textura se destacou — uma rigidez distinta que parecia pulsar