Chegamos ao escritório ainda na penumbra das oito. O prédio parecia mais frio naquela hora, mas havia movimento suficiente para quem sabe o que procura: seguranças em pontos estratégicos, um veículo de apoio no recuo da garagem e a sensação — palpável — de que algo finalmente mudara de rumo.
Mark caminhou ao meu lado em silêncio. A cada passo, lembranças da última semana passavam como flashes: o resgate, o hospital, o medo prendendo a respiração de Charlotte. Por isso ele foi comigo; sabia que precisava ver as faces, ouvir a verdade direta, sem intermediários.
Quando Dante entrou, o ar se comprimiu. Veio com a calma de sempre, acompanhado por dois homens grandes que pareciam fundir discrição e autoridade. A voz dele não precisou de anuncio: cortou a sala como lâmina.
— Encurralamos o Philip — disse, sem cerimônias. — E vem acompanhado. Não é só ele; há gente do cartel junto. Em breve, estarão todos no nosso raio.
Senti um alívio seco. O nome estava no centro de todas as minhas noites