O ar estava pesado na sala de concreto, quase opressivo, como se as próprias paredes absorvessem os segredos e as mentiras que ali pairavam.

O som distante de passos firmes ecoava pelos corredores, marcando uma cadência que lembrava a batida de um coração ansioso, enquanto o incessante tic-tac de um relógio metálico, pendurado em uma parede sem adornos, marcava o tempo da verdade que parecia cada vez mais distante.

Karl e Eleanor Harrington estavam sentados, acomodados à força em uma mesa de madeira maciça, um símbolo do prestígio que um dia desfrutaram, agora transformado em um mero objeto que os mantinha à vista de todos, mas ao mesmo tempo os isolava em sua própria realidade.

Embora as algemas tivessem sido removidas, a presença dos dois seguranças ao fundo, parados como sentinelas dos seus piores pesadelos, deixava claro que a liberdade ali era apenas uma ilusão delicada, prontamente desfeita a qualquer momento.

Do outro lado da mesa, um homem d