A Pressa do Nosso Fim
Quatro meses — O dia em que decidi desaparecer Quatro meses. Às vezes, olho para o calendário e não acredito que o tempo passou tão rápido desde que Edmund chegou aos meus braços. Eu o chamo de Ed quando é madrugada e ele chora com fome; sussurro “meu Ed, meu amorzinho” e parece que a casa inteira amolece num silêncio de bênção. Não reclamo de acordar, não reclamo de amamentar, não reclamo de ter a camisa molhada nem de doer a lombar — é como se cada incômodo confirmasse que, apesar de tudo, algo na minha vida é verdadeiro. Sou mãe. Mãe de um menino que nasceu do único amor que reconheço: Mark. Estou de licença-maternidade. Os dias têm cheiro de leite morno e algodão. Quando Ed adormece, encosto o nariz no alto da cabeça dele e inspiro fundo, como se pudesse guardar esse perfume para quando o mundo apertar de novo. Nicolas, quando chega do trabalho, sempre passa pelo quarto do bebê antes de qualquer outra coisa. Eu o