A BABÁ DAS GÊMEAS DO MAGNATA AMARGURADO
A BABÁ DAS GÊMEAS DO MAGNATA AMARGURADO
Por: Tônia Fernandes
####PRÓLOGO

Sete meses atrás

Damian Alexander Ashford empurrou a porta da cobertura em Kensington com a mesma exaustão que carregava havia semanas.

O jantar de negócios tinha sido longo, os relatórios se estendiam pela madrugada, e a mente dele, embora afiada, parecia carregada demais até para organizar pensamentos simples.

Tudo o que queria era tirar o paletó, sentir a água quente cair sobre os ombros e ouvir a voz suave da mulher que escolhera para dividir a vida.

Sabina sempre dizia que gostava de vê-lo chegar, repetia que o sorriso dele era a parte favorita do dia dela, que o som das chaves na porta significava segurança, futuro, estabilidade.

Mas naquela noite havia algo errado.

O apartamento estava silencioso.

Não era o silêncio normal de uma casa grande — o silêncio que pesava, e não acolhia, mas afastava, a música que sempre estava tocando, como ela costumava colocar.

Só um vazio estranho, que subiu pelo corpo dele como um presságio.

Damian franziu o cenho, largou a pasta em cima do sofá e deu dois passos para dentro quando viu.

Sobre a mesa de mármore, perfeitamente alinhada, como se fosse parte da decoração, estava uma única folha dobrada ao meio.

Nada mais ao redor, nem um objeto fora do lugar.

Apenas a carta.

O nome dele estava escrito com a letra elegante de Sabina, aquela caligrafia que ele reconheceria até no escuro.

— O peito dele afundou de um jeito quase físico.

— A respiração falhou, como se o corpo soubesse antes da mente o que estava prestes a acontecer.

Ele não queria tocar no papel.

A ponta dos dedos roçou o envelope, e ele sentiu o coração endurecer, preparando-se para um golpe que já parecia inevitável.

— Ainda assim, abriu a carta com cuidado — como quem tenta prolongar um segundo a mais antes da queda.

E então leu...

“Damian,

Você tem dinheiro, mas você nunca será um príncipe.”

As palavras, simples e afiadas, atravessaram o ar como lâminas.

Damian piscou, uma ardência estranha tomou seus olhos.

— Ele levou a carta mais próxima do rosto, como se tivesse lido errado, mas a letra era nítida, cruel, firme.

— Continuou a leitura com a sensação desconfortável de estar sendo dilacerado com cada linha.

“E eu descobri que não quero ser apenas a esposa de um magnata, vou ser uma princesa.”

O golpe seguinte veio como um soco no estômago:

“Um sheik de Dubai pediu minha mão, ele pode me oferecer o que você não pode: status real.”

Era como se a sala inteira tivesse encolhido. O ar rarefeito queimava na garganta. Damian levou a mão à mesa, apoiando parte do peso, tentando recuperar alguma estabilidade.

“Nosso casamento seria em duas semanas considere cancelado.”

O noivado, cuidadosamente planejado casa escolhida juntos, convites quase prontos.

A lua de mel foi discutida na semana anterior.

E agora tudo estava cancelado.

Assim, sem hesitação.

“Não me procure.

Esqueça que eu existo.”

O final era uma sentença fria, desumana, calculada:

“Adeus, Damian seja feliz.”

A carta deslizou dos dedos dele, tocou o chão sem ruído, a queda do papel pareceu simbolizar a queda dele.

Por alguns segundos, ele não se moveu, respirou.

Ficou ali, parado, encarando o vazio como se tentasse convencê-lo de que aquilo não era real. Mas era. Brutalmente real.

Um homem de bilhões, admirado, disputado por investidores, mestre no jogo corporativo, mas absolutamente sem valor para a única mulher que havia amado de verdade.

O silêncio daquele apartamento, antes desconfortável, agora era ensurdecedor.

A traição doía como faca — mas não era só isso.

Eram as palavras.

As malditas palavras.

“Você não é um príncipe.”

A frase martelou na cabeça dele, repetida como um insulto que não precisava ser dito em voz alta para destruir. Ele nunca prometeu ser príncipe. Nunca tentou. Tudo o que ofereceu foi amor, estabilidade, parceria. Mas para ela, aquilo não bastava.

Pela primeira vez em muitos anos, o implacável Damian Alexander Ashford sentiu algo que não sabia identificar.

Não era raiva, nem orgulho ferido ou humilhação, foi apenas perda.

Perda de algo que ele acreditava ser verdadeiro.

E naquele momento, sem saber, seu destino já estava sendo reescrito.

Silenciosamente.

Implacavelmente.

Com precisão cruel e perfeita.

O fim que Sabina deixou sobre a mesa — era o início de tudo o que ele jamais imaginou viver.

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