43. O DR. HERRERA
Ilán decidiu que a partir daquele dia, o jardineiro Armando seria quem dirigiria seu carro, despedindo o motorista anterior que havia tomado partido por sua mãe.
— Senhor, eu só cumpria ordens como todos os outros —insistiu o homem.
— Quem te paga o seu salário? —o increpei—. É Ilán, você deveria ser leal a ele.
— Senhor, você não tem ideia do que é capaz sua mãe... —começou a dizer o motorista, mas parou abruptamente. Depois, sem acrescentar mais, deu meia-volta e se afastou.
Após a partida do motorista, um silêncio tenso apoderou-se do ambiente. Ilán e eu trocamos olhares carregados de uma compreensão mútua sobre a gravidade das palavras não pronunciadas pelo homem. Em silêncio, percorremos o caminho até o hospital e nos dirigimos à área de terapia intensiva. Ali, encontramos Amaya ainda conectada a numerosos tubos. O médico aproximou-se de nós.
— Como a vê, doutor? —perguntei preocupada.
— Sofreu uma contusão considerável que causou um coágulo. Já foi evacuada e despert