26. O INTERROGATÓRIO DA CHEFE
A atmosfera na prisão havia se transformado. O que geralmente era um dia de rotina e melancolia se tornou uma celebração da feminilidade e da autoexpressão, graças às minhas mãos habilidosas. Com cada ajuste e adorno, não apenas mudava o tecido, mas também entrelaçava um pouco de esperança nos corações das minhas companheiras detentas.
Uma a uma, as mulheres se aproximavam, tímidas no início, mas com crescente entusiasmo. Uma mulher de olhos duros e expressão severa se apresentou com um uniforme particularmente desgastado.
— Você acha que pode fazer algo com isso? —perguntou, sua voz carregava um rastro de desafio misturado com uma curiosidade vulnerável—. Minha filha vem com meus netos, não quero que me veja assim.
Sorri, vendo além do tecido roto, imaginando as possibilidades para consertar aquela peça.
— Deixe-me ver o que posso fazer —respondi, começando a desfazer as costuras com uma pequena faca que havia conseguido.
Com movimentos precisos, transformei o uniforme