POV Isadora
A noite, decidir caminhar pela beira mar. Precisava pensar sobre os últimos acontecimentos e me acalmar. Deixei Sofia com a babá e o Dante no telefone, resolvendo os problemas com a mídia.
O mar sussurrava, uma voz constante, como se o mundo respirasse devagar. O vento batia no meu rosto e eu deixava. Precisava sentir alguma coisa que não fosse culpa, medo ou raiva. Só... sentir.
As ondas vinham e iam, e eu pensava em tudo que tinha desabado nos últimos dias. Na coletiva. Na mentira. No toque nojento de Heitor. No olhar de Dante logo depois, tentando segurar o próprio caos. Tudo era um turbilhão. E eu estava ali, tentando não afundar.
Fechei os olhos. Respirei fundo. O sal grudava nos meus lábios, o som do mar misturava-se ao barulho distante da cidade. Por um segundo, quis desaparecer ali, virar espuma, vento, qualquer coisa menos eu.
Depois de um tempo, que poderia muito bem ser horas, ouvi passos atrás de mim e a voz que eu amo bradou:
— Eu devia saber que te enc