Capítulo 188 — Vamos ficar com a casa.
POV Isadora
O portão de ferro rangeu quando se abriu, revelando a rua calma e o som distante das ondas quebrando. O corretor, um homem de sorriso ensaiado e gestos educados, fez um sinal para entrarmos com o carro.
Dante dirigia devagar, e o olhar dele varreu o terreno, avaliando cada detalhe como se estivesse escolhendo o próprio futuro ali, naquelas paredes simples de tijolos claros e janelas grandes.
Eu, do banco do passageiro, apenas observava.
O sol da manhã se infiltrava pelas árvores, criando manchas douradas no chão. Havia um cheiro de maresia no ar, diferente de tudo que eu estava acostumada. A mansão Harrison era fria, silenciosa, sempre perfumada demais, como se o ar fosse fabricado. Mas ali, o vento era real. Aquele lugar tinha vida.
— Linda — murmurei, mais pra mim do que pra ele.
— Espera até ver o quintal — respondeu Dante, com um sorriso breve, sem tirar os olhos da estrada de cascalho.
O corretor parou à frente da casa e abriu o portão lateral. O rangido ecoou,