POV Isadora
O céu estava de um azul quase indecente quando saí do hotel. Ainda estávamos evitando a mansão, e os pais do Dante já ligavam incansavelmente para saber quando voltaríamos.
A mãe dele fingia preocupação; eu sabia que era controle. Dante, por sua vez, andava cada vez mais tenso, cercado por responsabilidades que pareciam crescer à medida que tentávamos respirar fora daquele mundo Harrison.
Já fazia duas semanas desde que eu começara o projeto com Raul.
As coisas estavam fluindo bem, profissionalmente, ao menos.
Reuniões longas na editora, trocas de ideias, cafés frios, anotações que se empilhavam entre páginas e vozes sobrepostas. Raul tinha um jeito de transformar qualquer discussão criativa em algo vibrante, e isso me fazia sentir viva.
Criativamente, livre. Mas emocionalmente… era outra história.
Hoje, a reunião seria diferente. Raul sugerira que trabalhássemos no apartamento dele, um ambiente mais “tranquilo”, segundo ele, para revisar o enredo.
Beatriz, nossa