Pov Dante Harrison
Eu não dormi.
Passei a noite inteira andando pela casa como um fantasma, ouvindo o eco dos meus próprios passos entre as paredes frias da mansão.
O berço de Sofia estava vazio. O travesseiro de Isa, ainda com o cheiro dela, parecia zombar de mim.
Fiz isso. Fui eu quem a empurrou pra longe.
Quando o sol finalmente apareceu, a decisão já estava tomadaeu não ia trabalhar. Nem pensar.
Hoje, nada era mais importante do que ir até Olívia e trazer Isa e nossa filha de volta.
Dirigi em silêncio. Cada farol vermelho parecia me castigar com o tempo que perdi.
Pensei em todas as noites que cheguei tarde, nas mensagens não respondidas, nas vezes em que ela tentava me contar algo e eu dizia: “depois, Isa”.
Depois.
Sempre depois.
Quando estacionei em frente ao prédio de Olívia, fiquei parado por um momento, respirando fundo. O coração batia como se fosse pular do peito.
Toquei o interfone.
— Quem é? — a voz de Olívia soou, direta.
— Dante. — minha voz saiu rouca. — Eu vim buscar