Capítulo 162 — Ela puxou a mãe. Forte e sensível.
POV Isadora
Acordei com o som suave de Sofia resmungando ao meu lado.
A luz entrava pelas frestas da cortina da casa de Olívia, tímida, quase respeitosa.
Por um instante, esqueci onde estava.
O colchão diferente, o cheiro de café vindo da cozinha, o silêncio sem Dante.
A lembrança veio como uma onda, fria e pesada.
Passei a mão devagar nas costas de Sofia, que logo se acalmou e abriu os olhinhos sonolentos.
O rostinho dela, ainda meio amassado de sono, me fez sorrir com ternura.
— Bom dia, meu amor — sussurrei, beijando sua testa. — A mamãe tá aqui, tá tudo bem.
Mas nem tudo estava bem.
E eu sabia disso.
A noite anterior tinha sido longa. Eu mal consegui dormir, entre mamadas e pensamentos. O olhar de Dante, confuso e cansado, ainda me assombrava.
A imagem do nosso quarto vazio, do silêncio que eu deixei pra trás, me corroía.
Levantei devagar, balancei Sofia nos braços e fui até o espelho.
O reflexo me mostrou uma mulher com olheiras fundas, cabelo preso de qualquer jeito e uma triste