POV Isadora
Os dias que sucederam o casamento foram uma mistura de sonho e tormenta.
O sonho, porque eu agora tinha no dedo uma aliança que selava tudo o que vivi com Dante: as quedas, as brigas, os recomeços. Ele era meu marido, e isso me trazia uma felicidade tão profunda que às vezes chegava a me assustar.
A tormenta, porque as manchetes, os olhares de reprovação da família dele e o sussurro constante do passado não me deixavam em paz.
Ainda estávamos em casa, adiando a lua de mel para quando a poeira baixasse. Dante insistia que eu descansasse, que aproveitássemos nossa bolha de tranquilidade. Mas paz nunca parece durar na minha vida.
Naquela manhã, a campainha tocou. Eu estava na sala, folheando as primeiras cópias impressas do meu livro, um momento que deveria ser puro orgulho, quando ouvi a empregada chamar:
— Senhora, chegou uma entrega para a senhora.
Me levantei com cuidado, acariciando a barriga.
Quando cheguei à porta, encontrei uma caixa média, embrulhada em papel marrom