POV Dante
A sala de reuniões da casa dos meus pais parecia mais fria do que de costume.
Não era apenas por causa do ar-condicionado gelado demais ou da mesa comprida de mármore que sempre pareceu um altar de julgamentos. Era pelo olhar de todos eles, meu pai, minha mãe, meus dois irmãos mais novos, fixos em mim como se eu fosse o traidor da dinastia Harrison.
Eu já sabia o que me esperava quando recebi a mensagem do meu pai pedindo “uma conversa urgente”.
O escândalo das fotos do casamento havia chegado até eles, e se conheço minha família, não perderiam a chance de transformar aquilo em tribunal.
Sentei-me de frente para todos, tentando manter a postura firme. Mas por dentro, meu coração batia como um tambor de guerra.
Meu pai foi o primeiro a falar, a voz carregada de desprezo:
— Você percebe o que fez, Dante? Você percebe a vergonha que trouxe para este sobrenome?
Respirei fundo, encarando-o.
— Eu me casei com a mulher que amo. Isso não é vergonha.
Minha mãe bufou, ajustando o cola