(Ponto de vista de Arielle)Minha mãe estava na porta quando chegamos. Seus olhos estavam cheios de calor, carinho e uma genuína preocupação.— Ah, minha filha... — Ela suspirou, puxando-me para um abraço apertado.— Eu jamais envenenaria meus clientes, mãe. Por que eu faria isso? E agora todo mundo parece acreditar nisso. Eu posso perder tudo. E até ir para a prisão... — Comecei a desabafar minha raiva mais uma vez.— Silêncio. — Minha mãe colocou um dedo sobre meus lábios, impedindo-me de falar mais. — Isso tudo é mentira, minha querida. E todos que realmente se importam sabem disso. Vai passar com o tempo. Até a polícia vai ver que você é inocente de todas essas acusações tolas, meu anjo. Então, não se preocupe mais com isso, tá bom?Assenti, como uma criança em busca de consolo. Minha mãe me deixou descansar a cabeça no sofá, enquanto se levantava.— Vou fazer aquele chá para você. Vai te ajudar a relaxar. — Ofereceu com um sorriso gentil, e eu acenei em concordância. — Cuide dela,
(Ponto de vista de Arielle)O ar na sala estava carregado de expectativa e uma leve tensão. Finalmente, eu estava frente a frente com a solução que tanto procurava. Sentada em meu escritório, com Jared acomodado na cadeira à minha frente, aguardávamos, em silêncio atento, o momento em que o vídeo apareceria na televisão. Zeke, por sua vez, encontrava-se em uma agência de mídia, fazendo uma declaração pública para desmentir o boato do seu vídeo que vinha circulando.— Ele está no ar. — Jared comentou assim que o rosto de Zeke apareceu na tela.— Então, senhor Manning, o senhor se apresenta hoje para fazer uma revelação bastante... Controversa. — Iniciou a repórter.O rosto de Zeke estava marcado por uma leve carranca e ele parecia relutante em falar.— Bem... Eu... Eu suponho. — Respondeu, dando de ombros.— O senhor publicou um vídeo online há alguns dias, alegando que o CEO da A&M... — A repórter começou novamente.— Eu sei o que eu disse, droga. — Zeke retrucou. — Olha, foi uma brinc
(Ponto de vista de Micheal.)Eu saboreava uma xícara de café em meu escritório enquanto aguardava a chegada de Arielle. Abri novamente a gaveta para conferir os documentos que havia preparado para nossa reunião, e um sorriso se formou em meus lábios.Houve uma batida na porta, e minha secretária entrou, seguida de perto por Arielle, que a acompanhava com passos firmes. Engoli o desprezo que começava a subir pela minha garganta ao vê-la e forcei o sorriso mais convincente que consegui reunir.— Bem-vinda, Sra. Meyers. Por favor, sente-se. — Apontei para a cadeira. — Não quero perder seu tempo, então vou direto ao assunto.Arielle acenou com a cabeça, dirigindo-se a uma das cadeiras vazias à frente da minha mesa.Não dei tempo para que ela se acomodasse completamente. Inclinei-me sobre a mesa, mantendo um leve sorriso malicioso brincando nos lábios.— Você é uma mulher bastante interessante, Arielle. Fiz minhas pesquisas. Não é de se estranhar que ninguém queira chantageá-la.— Como? — P
(Ponto de vista de Landon)Após sair da sala, fiz um acordo com a professora Maddie: eu não revelaria seu pequeno segredo, desde que ela não denunciasse Annalise para o conselho - e ela concordou. Voltei para o dormitório sem entusiasmo, retirei meu computador da mochila e o liguei, esperando alguma atualização do meu time de hóquei.Não havia nada, e soltei um suspiro de alívio, sabendo que estaria livre durante o fim de semana. Fui tomar um banho e, em seguida, me acomodei no sofá, saboreando lentamente o chá que tanto gostava.Era um tipo de chá que costumava tomar quando ainda estava no grupo, e o levei comigo justamente por isso. Ele tinha o poder de acalmar meus nervos sempre que me sentia tenso, e seu aroma, de certa forma, era reconfortante. Já estava ficando tarde, então deixei a xícara de lado para tirar um rápido cochilo, mas, por algum motivo, não conseguia fechar os olhos. Me mexia de um lado para o outro, suando frio, mesmo com o ar-condicionado desligado.Decidi entrar n
(Ponto de vista de Arielle)Apressei-me para sair do prédio, tentando afastar a estranha experiência que acabara de viver no escritório de Micheal Langley. Ele devia estar completamente louco para achar que eu compraria sequer um pedacinho daquela farsa ridícula. O que mais me divertia era ver até onde as pessoas eram capazes de ir por conta de suas ambições tolas. Rolei os olhos, sinalizando para um táxi. Parecia que o carro estava ali, esperando na esquina o tempo todo, e eu me sentia imensamente grata por poder seguir em frente depois de começar o dia de forma tão horrível.Gritei o endereço para o motorista enquanto subia no banco de trás, soltando um suspiro cansado. Assim que o carro começou a se mover, tirei o celular da bolsa, conferindo meus e-mails. Stephen ainda não tinha me enviado o orçamento financeiro para a feira de alimentos, como prometera.Estava prestes a ligar para ele quando meu celular tocou. Era uma chamada de número desconhecido. Franzi a testa, tentando entend
(Ponto de vista de Jared)Meu espírito deixou meu corpo enquanto as palavras de Micheal pairavam no ar, ecoando em meus ouvidos como uma sentença de morte. "Ela pode estar em perigo..."Foi como se tivesse sido atropelado por um caminhão, o ar me faltando. Minha mente estava a mil por hora, tentando processar o que Micheal acabara de me contar. Apertei o celular com força, os nós dos meus dedos ficando brancos.— O que você quer dizer com isso? Como você sabe disso? O que aconteceu? — Minha voz tremia de ansiedade.— Fui atacado durante uma reunião com ela, há alguns minutos. — A voz de Micheal estava cada vez mais fraca. — Acho que o atacante estava atrás de Arielle. Me desculpe, Jared. Eu não deveria ter pedido para ela me ver. Não vi isso vindo.Minha garganta secou enquanto as palavras de Micheal se espalhavam em minha mente, difíceis de processar e aceitar. As informações se embaralhavam como um turbilhão dentro da minha cabeça.— Onde você está? Eu preciso saber de tudo.— Eu...
(Ponto de vista de Dwayne)Eu estava em pé, do lado de fora do prédio da sede da família mafiosa italiana, observando o esqueleto daquela que antes fora a grandiosa construção da organização. O som das máquinas e dos homens trabalhando, gritando ordens uns aos outros, preenchia o ar enquanto tentavam reparar os danos causados pelos últimos distúrbios da máfia.Uma semana atrás, eu havia corrido de volta para a Itália para limpar a bagunça provocada por Denzel e seu avô, garantindo que um incidente como aquele jamais se repetisse. A máfia estava em completo caos, à beira de se dividir, mas minha real preocupação estava em outro lugar: Arielle.Eu havia visto as notícias sobre o incidente em seu restaurante. Embora ela tivesse me mandado uma mensagem logo depois, garantindo que estava segura e dizendo que Big Joe permanecia ao seu lado para protegê-la, ainda assim não conseguia me livrar da sensação de medo que apertava meu peito toda vez que pensava nela. Sabia que precisava vê-la, conf
(Ponto de vista de Jared)Eu caminhava de um lado para o outro na sala, impaciente. Mais policiais haviam chegado com o tempo, e o lugar agora estava completamente tomado por eles. Talvez isso tivesse algo a ver com o fato de eu ter sugerido que Micheal Langley era um provável suspeito de tudo. Os policiais pareciam falar ao mesmo tempo, criando um ruído constante, enquanto minha raiva e impaciência cresciam a cada segundo. Ainda estava conversando com Dwayne quando ele simplesmente encerrou a ligação, como se eu estivesse despejando um monte de bobagens. Senti-me completamente sozinho.Eu apostaria que ele me ouviu, mas duvidava que pudesse fazer muito, considerando que estava fora do país. Soltei um suspiro, tentando reorganizar os pensamentos, e voltei minha atenção para a sala. Um dos policiais permanecia no canto, observando atentamente as imagens das câmeras de segurança. Dei uma risadinha abafada, virando-me para ignorá-lo - mas, quase simultaneamente, uma ideia cruzou minha men