(Ponto de Vista de Jared)Enquanto eu caminhava em direção à cabine de Arielle, o peso da conversa que tive com a Sra. Meyers se assentava pesadamente sobre meus ombros. Não conseguia imaginar o quão difícil teria sido para ela carregar esse segredo todos esses anos, se já estava sendo tão difícil para mim. De fato, alguns segredos eram melhores deixados sem ser ditos, devido ao impacto que causavam.Logo, virei a esquina que levava à cabine de Arielle, mas fiquei surpreso ao encontrar Dwayne agachado na entrada, seus olhos fixos no chão. Imediatamente, senti uma curiosidade e diminuí o passo, tentando não assustá-lo.— O que você está fazendo aqui? — Perguntei, tentando manter a desconfiança fora da minha voz.Ele levantou os olhos para mim, com uma expressão inexpressiva.— Arielle disse que está descansando e me pediu para não entrar.Levantei uma sobrancelha, intrigado com a resposta dele.— Então você está apenas esperando ela?Ele deu de ombros, aparentemente sem se importar com
(Ponto de Vista de Arielle)Enquanto despertava lentamente, fiquei momentaneamente desorientada, minha mente turva e vazia. Tentei lembrar onde estava, e ao olhar ao redor, percebi que estava no meu quarto na cabine.Me sentei imediatamente, esfregando os olhos para afastar os resquícios do sono. Enquanto fazia isso, as memórias começaram a voltar como uma avalanche, sem aviso. Eu estava descansando no meu quarto com Ashley e Maverick, quando Jared entrou, e Ashley nos deu licença. Ele pediu desculpas pelas ações de Sofia mais cedo, e, surpreendentemente, eu não estava brava com ele porque, sendo honesta comigo mesma, não era culpa dele. Sofia fez suas escolhas, e eu não podia continuar culpando-o e deixando ele carregar o peso delas.Embora eu tivesse recusado a visita de todos, especialmente a de Dwayne, alegando que queria descansar, foi difícil pedir para Jared sair. Tê-lo sentado ao meu lado na cama depois, ouvindo a conversa entre eu e Maverick, e o brilho feliz que sua presença
(Ponto de Vista de Arielle)Apreciei a refeição, saboreando cada garfada e desfrutando da sensação de cada sabor no meu prato. Por mais que eu quisesse comer mais das iguarias, precisei me contentar com porções mais leves. Meu estômago logo ficou cheio e, sendo a minimalista que sou, tive que parar. Comer além disso seria gula, e não era esse o meu estilo.Cubri os pratos e empurrei a bandeja para o lado, virando-me para agradecer a Ashley.— Muito obrigada, gostei muito disso.— De nada, embora você não tenha comido tanto quanto eu queria. — Disse ela, fingindo um pouco de birra.— Me sobrealimentar não é parte do plano, não é?— Até que você está certa, não é? — Ela sorriu, meio sem graça, e guardou a bandeja.— Agora, você tem que descansar um pouco antes de começarmos a parte importante. Temos muito planejado para você hoje.— Ainda não vai me contar sobre esse plano, vai?— Você está certa, não vou. — Ela piscou, divertida.Assenti, resignada ao meu destino. Por mais que eu quises
(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)Diante de mim, estendia-se um salão lindamente decorado, com um tapete vermelho conduzindo até um pódio no fundo. O espaço estava ricamente adornado com balões, serpentinas e um deslumbrante lustre pendurado no teto, lançando um brilho vibrante por todo o ambiente. No centro da parede, um grande pôster chamou minha atenção… Uma foto minha com a legenda “Feliz aniversário, Rainha da Culinária”, gravada em letras prateadas, brilhantes e em negrito.De ambos os lados do tapete vermelho, todos os meus entes queridos estavam reunidos, sorrindo radiante. Minha mãe, os Harrisons, Maverick, Meredith, Stephen, Rebecca, Dwayne e… espere, até mesmo Jared? Todos que eu amava estavam ali, seus rostos transbordando carinho.Fiquei completamente atônita, meu corpo rígido por um instante enquanto absorvia a cena deslumbrante diante de mim. Então, uma vontade avassaladora de chorar me atingiu, e cobri a boca com a mão, murmurando repetidamente: — Meu Deus. Lágrimas de alegr
(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)Pisquei, atônita, olhando para Jarred, meus olhos arregalados de surpresa.— Espejo del Corazón? — Perguntei, minha voz tremenda. Eu queria ter certeza de que estava vendo certo. O objeto que eu segurava nas mãos parecia uma ilusão, como se eu estivesse sonhando.Jared assentiu, seu sorriso confirmando.— Sim.Minhas mãos tremiam enquanto girava o objeto meticulosamente, ainda incapaz de processar o que meus olhos estavam vendo. Era a réplica do espelho de mão que Jared me dera no nosso segundo aniversário de casamento. Ele havia viajado a negócios para o México e o trouxera como presente. Infelizmente, alguns meses depois, ele o quebrou acidentalmente, e eu lamentei essa perda por muito tempo. Achei que estivesse perdido para sempre, uma lembrança preciosa apagada por um descuido.Mas agora ele estava ali, de volta às minhas mãos, brilhando com a mesma beleza e elegância que me lembrava. Senti uma avalanche de emoções me atingir: alegria, gratidão.— Como v
(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)A festa estava em seu auge, e a animação parecia não ter fim. A música pulsava alto, todos dançavam com energia, e a atmosfera era pura euforia. Dancei com cada um, mergulhando numa experiência inesquecível.No meio da celebração, pedi para que Maverick fosse colocado na cama. Ele podia estar cercado de adultos, mas isso não o tornava menos criança. Jared se ofereceu para levá-lo ao quarto, e Maverick, contente, foi com o pai.Horas depois, como tudo que tem um começo tem um fim, a festa terminou nas primeiras horas da manhã. Exaustos e esgotados, todos se retiraram para suas cabines. Assim que entrei no meu quarto, desabei na cama, meu corpo entorpecido por todas as atividades. No instante em que me estiquei na cama, um sono profundo e tranquilo me envolveu.Não sei quanto tempo dormi, mas acordei com a luz do sol entrando pelas pequenas frestas da janela. Sentei, esfregando os olhos, e ao olhar para o relógio, vi que já era meio-dia. Arregalei os olhos, co
(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)A viagem de volta para casa foi tranquila, além de perguntas curiosas ocasionais de Maverick.— Mamãe, por que as casas parecem estar nos seguindo? — Ele questionou, apontando para as residências do lado de fora da janela, os olhos arregalados.Sorri e me recostei no banco.— Elas não estão nos seguindo, querido. Nós é que estamos passando por elas. — Expliquei, tentando conter um bocejo.Maverick assentiu, pensativo. Continuou observando pela janela, os olhos atentos às imagens e sons que deslizavam diante dele. Mamãe, em silêncio, permanecia concentrada digitando no celular.Dwayne, por outro lado, mantinha o olhar fixo na estrada, segurando o volante com firmeza. Suspirei e peguei meu telefone, decidindo ler as fofocas mais comentadas nos blogs para matar o tédio.Alguns minutos depois, chegamos à casa e todos desceram do carro, espreguiçando os braços e as pernas. Dwayne retirou as malas do porta-malas, o convidei para entrar e tomar um chá, mas ele recu
(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)Tentei me sentar novamente, mas um arrepio gelado percorreu meu corpo. Estremeci violentamente, e meus dentes começaram a bater involuntariamente.O medo me dominou ao perceber que estava sozinha e indefesa. Não conseguia chamar por ajuda, pois minha voz estava rouca e quebrada.Arrepios tomaram minha pele enquanto minha mente disparava, tentando entender como cheguei a esse estado. Na noite anterior, eu estava bem, rindo e me divertindo com a família e amigos. Será que me esforcei demais na festa? Fiquei acordada até tarde e sobrecarreguei meu corpo?Lágrimas se acumularam nos cantos dos meus olhos ao pensar em Mamãe e Maverick. E se eu não sobrevivesse? E se eu morresse nessa cama, sozinha e sem ninguém para me socorrer? O terror tomou conta de mim com esse pensamento, e rezei fervorosamente, implorando para que alguém viesse me encontrar.Justamente quando achei que não aguentaria mais, uma batida soou na porta. A esperança voltou ao meu peito. Tentei res