(Ponto de Vista de Arielle)Pude sentir o calor dos olhares de Stephen e Rebecca sobre mim.— Isso tudo é realmente necessário? — Perguntei, enquanto uma expressão de desagrado aparecia em meus lábios. Misturar assuntos pessoais com negócios era uma linha que eu não gostava de cruzar. Especialmente não com Jared, que claramente tinha mais coisas a considerar.Jared ajustou a gravata, sem perder o ritmo.— O que é mais fácil de relacionar do que a vida real? — Respondeu, com calma, os olhos se voltando para mim por um segundo a mais do que o necessário. — Claro, os exemplos que dei são puramente hipotéticos. — Acrescentou, com uma ênfase sutil, deixando claro que ele sabia exatamente o que estava insinuando.Às vezes, era difícil resistir à vontade de retrucar. Todos ali sabiam o que ele queria dizer quando mencionava o casamento!— Vamos analisar isso. — Continuou, ignorando meu olhar fulminante. — Em qualquer casamento bem-sucedido, há um constante vaivém de comunicação, assim como em
(Ponto de Vista de Arielle)As palavras dele ficaram no ar. Ele se aproximou um pouco mais, com sua expressão intensa. Eu senti minhas bochechas corarem e me odiei por isso. As palavras dele foram como um soco emocional no estômago, despertando sentimentos que eu não estava pronta para enfrentar.Observei-o cuidadosamente enquanto ele esperava minha reação, procurando meus olhos como se buscasse algum sinal de esperança.Finalmente, soltei o ar, um suspiro profundo escapando de mim.— Se é só isso, Jared... Você pode ir agora.Fiquei surpresa com a calma da minha própria voz. Mas minha reação foi nada comparada ao olhar de confusão de Jared. Ele estava em choque total. Ele estreitou os olhos para mim, como se focar em mim fosse acordá-lo de um pesadelo.Seu rosto era a própria definição de choque: olhos arregalados, lábios entreabertos - enquanto me fitava em completo espanto.As sobrancelhas se uniram em frustração.— Por que? O que você quer dizer com isso, Arielle? Você ouviu alguma
(Ponto de Vista de Arielle)Ficamos em silêncio por alguns momentos depois que ele terminou de falar. Nossos olhos estavam fixos um no outro.Eu buscava palavras, mas, sempre que abria a boca para falar, nada saía - apenas minha respiração ofegante. Se alguém me dissesse que eu havia acabado de correr uma maratona, eu acreditaria sem hesitar. Esse era o peso da tensão que pairava no ar após o desabafo de Jared.Eu podia ver a luta nos seus olhos, uma desesperada tentativa de me convencer e um compromisso firme em fazer exatamente o que tinha dito.Mas quão diferente seria isso de tudo o que ele já me disse antes?Enquanto ainda batalhava em minha mente sobre o que fazer, o telefone da sala tocou, estridente, e me tirou dos meus pensamentos. Suspirei, aliviada pela distração, enquanto pegava o aparelho e o encostava no ouvido.— Olá. Chefe? Ah, graças a Deus. Deixei uma mensagem para você. A Sofia está no prédio e está fazendo uma cena aqui embaixo... Espera... Acho que ela está procura
(Ponto de Vista de Sofia)Eu suspirei, tentando controlar a raiva que ameaçava explodir para fora do meu peito. Meus olhos brilhavam com fúria enquanto eu ficava parada do lado de fora do restaurante, lutando para recobrar a compostura depois que os seguranças me afastaram do local.A humilhação estava me sufocando. Eu não conseguia acreditar em tudo o que havia acontecido e como acabei me envergonhando novamente na frente de todos!Os clientes me encaravam, seus olhares fixos em mim enquanto os seguranças me arrastavam. Em seus rostos, havia uma mistura de choque, pena e um traço perverso de diversão. Meu próprio rosto ardia, queimando de vergonha e raiva, enquanto cada detalhe daquela humilhação se cravava na minha memória.Tudo aquilo era culpa da Tiana!Tudo tinha começado de forma inocente. Eu estava preparando o café da manhã para o Jared - um pequeno gesto de amor, apesar dele ter me evitado desde que ficou noivo dela. Como sempre, fui barrada na porta de sua casa. Mas então, Ti
(Ponto de Vista de Arielle)Empurrei a porta do meu escritório e, como de costume, o sentimento de expectativa que sempre me envolvia ao chegar ali tomou conta de mim. Era um novo dia, e eu estava ansiosa pelas atividades que ele tinha a oferecer.Mas, ao entrar, meus olhos se fixaram no que se tinha se tornado uma visão familiar: um buquê de flores de lavanda repousando sobre minha mesa de trabalho.Soltei um suspiro profundo de resignação, já sabendo de onde vinham aquelas flores.— Ele nunca desiste? — Murmurei para mim mesma.Três dias. Três dias implacáveis desse ataque floral desde que Jared decidira que declarar seu amor eterno significava me bombardear com lavandas.No primeiro dia, fui pega de surpresa. Ver as flores delicadas aninhadas em uma cesta branca impecável, amarrada com uma fita de cetim, me congelou por um instante. Por um breve momento, quase deixei que um sentimento... Algo, surgisse. Mas então Rebecca entrou, com o rosto iluminado como se fosse manhã de Natal.—
(Ponto de Vista de Arielle)Ele me lançou um sorriso encantador, e meu coração quase deu um salto. Será que ele podia parar com esses encantos irritantes de menino travesso?Rebecca e Stephen retribuíram a saudação e se acomodaram em seus lugares. Eu fiz o mesmo, tentando me recompor.— A sessão de hoje será a última que teremos, como todos sabem. — Jared começou, com seus olhos percorrendo a sala. — Mas antes de começarmos a aula de hoje, vamos revisar o que aprendemos até agora.E fomos direto ao assunto. Após alguns minutos e uma breve revisão das lições passadas, Rebecca soltou um suspiro exagerado.— Preciso admitir, aprendi muito em tão pouco tempo. — Murmurou, com um tom sincero.Jared sorriu, lançando um rápido olhar compreensivo para mim, no qual fingi não notar.Stephen, por outro lado, revirou os olhos e bufou para Rebecca:— Está tentando dizer que toda a sabedoria que compartilhei até agora foi em vão? Eu te passei um conhecimento imenso, mas você sempre deixa entrar por u
(Ponto de Vista de Arielle)Caminhei em direção ao meu carro, com a bolsa pendurada nos ombros e o caderno firmemente preso sob o braço, onde suas bordas estavam ligeiramente ultrapassando o contorno do meu corpo. Na outra mão, segurava uma pasta importante - dentro dela, havia uma mistura do novo plano de negócios que eu havia elaborado, fruto das lições aprendidas com Jared.A memória do presente dele ainda pairava na minha mente, e toda vez que eu recordava aquele momento junto das palavras que o acompanharam, um rosado começava a invadir minhas bochechas.Após me entregar o presente, Jared declarou sua decisão de ir embora, mencionando um compromisso desconhecido que precisava atender. Agradeci a ele novamente, certificando-me de mostrar o quanto estava grata pelo presente.Depois que ele se foi, Rebecca e Stephen tomaram conta, não parando de comentar sobre a escultura, exclamando surpresa sobre como ela estava perfeita. Eles insistiram em me ajudar a encontrar o lugar ideal para
(Ponto de Vista de Arielle)A viagem até a casa de praia dos Harrison foi silenciosa e um pouco longa. O motorista mal falou, mantendo a viagem sem grandes acontecimentos. Após uma hora, chegamos a um imenso portão de ferro, que se abriu imediatamente assim que o carro parou. O motorista entrou na garagem e estacionou.— Deixe-me ajudar com a sua bolsa. — Ofereceu ele, gesticulando para a minha bolsa assim que saímos do carro.Eu a entreguei com um sorriso.— Obrigada.Enquanto caminhávamos, eu absorvia as paisagens deslumbrantes ao redor. A casa de praia estava situada entre palmeiras imponentes que se balançavam com a brisa fresca da noite, e o som das ondas criava uma melodia suave ao fundo. O ar carregava uma mistura de sal, areia e flores desabrochando, enquanto a luz da lua lançava um brilho etéreo sobre a cena.Logo, o navio apareceu à vista, e era de tirar o fôlego: uma embarcação branca e elegante com o nome da família Harrison gravado em seu casco.O motorista me ajudou a emb