País M. Davi e Samuel haviam acabado de terminar uma manhã cheia de trabalho e saíam do prédio do hospital no centro da cidade. Assim que chegaram à entrada principal, um garotinho veio correndo do outro lado da rua. — Oi, tios! Eu me perdi da minha tia. Posso usar o celular de vocês para ligar para ela? Era Sérgio. Ele tinha avistado os dois tios de longe, e um deles era especialmente bonito. Com certeza combinava com a mamãe. — De onde saiu essa criança? — Perguntou Samuel, saindo de trás e se aproximando para bagunçar os cabelos de Sérgio. Em seguida, se virou para Davi e perguntou. — Você conhece ele? Davi balançou a cabeça e respondeu friamente: — Não. "Que tom de voz frio... Por que isso me soa tão familiar? Onde já ouvi isso antes?" Pensou Sérgio. Sem conseguir lembrar, ele decidiu não se preocupar. Sérgio nunca fazia questão de forçar a memória. Samuel olhou ao redor e perguntou: — Qual é o seu nome? Onde estão os seus responsáveis? Sério, o que esses pais
— Alô, tia! A voz de Sérgio veio do celular. A mão de Letícia parou no ar enquanto abria a porta. Seu coração deu um salto como se estivesse em uma montanha-russa, subindo e descendo rapidamente, mas, ao ouvir a voz de Sérgio, finalmente encontrou alívio. — Sérgio, onde você se meteu? Você faz ideia de como fiquei preocupada quando desapareceu? Letícia ainda estava assustada. Se Sérgio tivesse sumido sob seus cuidados, como explicaria isso à irmã e ao resto da família? Os grandes olhos de Sérgio giravam nervosamente, denunciando sua culpa. O que ele faria? Sua tia parecia realmente irritada. Davi e Samuel estavam parados na calçada, observando Sérgio falar ao telefone. Preocupado que o garoto não conseguisse explicar direito o endereço do hospital, Davi estendeu a mão para pegar o celular e informar a família de Sérgio. Mas, antes que pudesse fazer isso, ouviu Sérgio declarar com clareza o local onde estavam. Davi levantou uma sobrancelha, surpreso. O garoto não era apen
— Ah, tudo bem, tia. — Sérgio respondeu obediente, devolvendo o celular para o tio Davi. Embora ele não entendesse por que sua tia não vinha agradecer pessoalmente, achava aquilo muito rude. Ele sabia que não podia ser uma criança mal-educada, então agradeceu novamente de forma sincera: — Muito obrigado, tio Davi e tio Samuel. Minha tia está me esperando ali, eu vou voltar para ela. Davi franziu as sobrancelhas. Que tipo de responsável era esse? A criança se perdeu e ninguém veio procurá-la? Deixar o menino voltar sozinho era completamente irresponsável. — Nós vamos te acompanhar até lá. Ele não confiava em deixar uma criança andar sozinha. Sérgio acenou com suas pequenas mãos gordinhas. — Não precisa, tio Davi, é bem perto. Quando eu chegar em casa, eu te ligo, tá bom? Os grandes olhos brilhantes de Sérgio exibiam um traço de astúcia. Afinal, agora ele tinha o número do tio Davi e não teria dificuldade em contatá-lo depois. — Então, tome cuidado. Nós vamos te obser
Nesse momento, Joaquim estava profundamente emocionado, mas, fora isso, seu estado de espírito permanecia estável. No entanto, ao saber que Laura havia tido um filho e se lembrando da gravidez dela, voltou para casa e chorou escondido. O fato de ela ter sobrevivido a um terremoto enquanto estava grávida era uma prova de sua imensa força. Davi é um homem repulsivo!Na manhã seguinte, quando Joaquim apareceu, seus olhos ainda estavam inchados de tanto chorar. Depois de se formar, ele decidiu não voltar ao seu país de origem. Em vez disso, abriu uma empresa de internet no País M e alcançou grande sucesso, conquistando um espaço de destaque no mercado. Letícia e Laura, por sua vez, decidiram abrir juntas uma galeria de arte após a formatura. Laura, que havia retomado sua fama artística, focava na criação das obras, enquanto Letícia administrava a galeria como sua agente. ...Na galeria, Laura, vestindo um avental, ajudava os funcionários a transportar as obras de arte e a organizar
Laura se sentou exausta no banco do carona enquanto Letícia dirigia. — Irmã, comprei um café para você. Toma um gole para se animar. Sérgio, entrega o café para a sua mamãe. — Tá bom. — Sérgio respondeu prontamente. O carro já havia partido, e ele, sentado no banco de trás, passou o café cuidadosamente para a mãe. Laura se virou para pegar. — Obrigada, Sérgio. Ultimamente, ela estava ocupada com a exposição de arte e não tinha tempo para passar com os filhos. A família se revezava para cuidar deles. Sérgio ficava com Letícia, e Aarão, com Walter. Agora, elas estavam indo buscar Aarão e Walter. À noite, Selma havia reservado uma mesa em um restaurante para celebrar antecipadamente o sucesso da exposição de Laura. Nos últimos cinco anos, desde que voltara para casa, sua vida podia ser descrita como tranquila e próspera. Não havia nenhuma preocupação que demandasse muito de sua atenção. Walter estava no escritório finalizando o trabalho, enquanto Aarão estudava tarefas de
— Alô, mãe. — Onde você foi parar? Mandei mensagem dizendo para você ir ao restaurante combinado. Por que não foi? Sabia que a garota ficou te esperando por muito tempo? — A voz furiosa de Kelly ecoou. Desta vez, a garota que ela havia apresentado não era nenhuma herdeira de uma família rica, mas sim uma moça que tinha uma leve semelhança com Sophia. — Mãe, já não disse? Eu não vou a encontros arranjados. — Mas eu já falei com você! Custava me dar esse gostinho e ir pelo menos dar uma olhada? — Kelly estava tão irritada na mansão que quase teve um ataque do coração. — Se não fosse, pelo menos podia ter me avisado! Davi ficou sem palavras. Estava tão ocupado que mal conseguia parar para checar as mensagens no celular. Ele olhou de soslaio e teve a impressão de ver a silhueta de Sérgio. Apertou os olhos e olhou novamente, mas só viu um vaso de plantas no lugar. Pensou consigo mesmo que devia ter se enganado e respondeu de forma indiferente: — Tá bom, mãe. Quando eu voltar d
Ao empurrar a porta do camarote e entrar com a criança nos braços, todos presentes mostraram expressões diversas. Especialmente a mulher parceira de negócios, que ficou visivelmente chocada. Ao ver Sérgio, era como se tivesse avistado uma figura importante. Jamais imaginaria que eles conheciam a família Amorim. Samuel ficou um pouco surpreso ao ver Davi com uma criança nos braços, mas, ao perceber que era Sérgio, logo entendeu. Com um tom familiar, disse: — Como você encontrou o Sérgio? Se levantou e cedeu o assento para que eles passassem. Depois de se sentar novamente, Davi acomodou Sérgio no colo, sem qualquer intenção de deixá-lo sentado sozinho. Sérgio, por sua vez, estava muito satisfeito em ficar no colo do tio Davi. Com receio de que Sérgio estivesse com fome, Davi usou um garfo para pegar algo e oferecer à criança, pedindo ainda ao garçom que trouxesse um garfo limpo. Após organizar tudo, ele finalmente respondeu a Samuel, que estava ao seu lado: — O encontrei po
— Eu te levo. — Disse Davi. Sérgio estava prestes a concordar, mas Samuel o puxou para seus braços. — Levar o quê? Eu levo ele. Você fica e acompanha o parceiro de negócios. — A conversa entre eles foi conduzida no idioma do País H, e Sérgio, ao observar os dois, claramente conseguiu entender.Sérgio abraçou o pescoço de Samuel. Tudo bem, afinal, aquele tio Samuel também era bem bonito. Samuel segurou Sérgio com firmeza nos braços, se levantou e saiu do reservado. Ele acabou de ouvir... a voz de Letícia? Quando estavam quase saindo do reservado, Sérgio acenou para Davi e disse educadamente na língua H do País H: — Tio Davi, até logo. Os olhos de Samuel escureceram enquanto ele carregava Sérgio pelo saguão. Pelo caminho, tentou puxar conversa de forma indireta: — Sérgio, como se chama sua tia? Sem qualquer desconfiança, Sérgio respondeu automaticamente: — Minha tia? Ela se chama... — Antes de terminar a frase, seus grandes olhos brilhantes notaram a silhueta de Letíc