Vivi Azevedo
Ane, uma pedagoga baiana de 42 anos, sempre acreditou que o amor verdadeiro viria como resposta de suas orações. Firme, inteligente e com uma ponta de sarcasmo, ela encontrou refúgio em sua fé — mas também carrega no peito uma necessidade silenciosa de afeto e cumplicidade.
Do outro lado do mar, em Cienfuegos, Cuba, está Moreno. Ex-atleta, professor de educação física, dono de várias medalhas e de um coração inquieto. Cético por natureza, prefere acreditar na lógica e na força de suas próprias mãos, mas guarda uma alma romântica que desafia suas convicções.
O destino, ou talvez o acaso, os apresentou em um aplicativo de namoro. O que parecia apenas uma conversa trivial logo se transformou em longas madrugadas de mensagens, risadas, discussões e confissões. Entre eles nasceu um laço que desafiava fronteiras, religiões e certezas.
Mas há barreiras que não se rompem com palavras. A distância oceânica, as limitações financeiras e o choque entre fé e descrença colocam à prova um sentimento que cresce a cada dia.
Será que o amor pode sobreviver sem encontros reais? É possível conciliar crença e ceticismo quando os corações já escolheram?
Entre orações e silêncios, entre sorrisos e dúvidas, Ane e Moreno descobrirão que às vezes o amor mais forte é justamente aquele que não se pode tocar.