Cuentos cortos & novelas

Faltavam apenas três dias para minha cerimônia de marcação quando alguém incendiou a loja de noivas enquanto eu estava do lado de dentro, experimentando meu vestido cerimonial. Alfa Marcus jogou o incendiário na prisão da alcateia, sentenciando-o ao castigo mais severo permitido pelas nossas leis. Eu estava deitada na cama do hospital, com o corpo coberto por queimaduras de terceiro grau, recusando-me a acordar por completo enquanto a realidade da minha desfiguração começava a se instalar. Em meu estado semi-consciente, ouvi Marcus conversando com a bruxa curandeira da alcateia. — Alfa, ainda podemos salvá-la com a magia ancestral! Se deixarmos para depois, Sarah ficará com essas cicatrizes pelo resto da vida! Você só quer a Srta. Rachel como sua Luna na cerimônia... Isso não é apenas injusto - é desumano… — Deixe que ela fique com as cicatrizes. Eu a sustentarei pelo resto da vida, mas, se ela for curada, com certeza causará problemas na cerimônia de marcação. — Prometi à Rachel que o filhote dela seria recebido na alcateia com todas as honras. Só quando Sarah estiver completamente desfigurada ela será grata o suficiente para criar o lobinho de Rachel como seu próprio. As cicatrizes são necessárias - assim, pelo menos, ela não ousará maltratar o filhote. No canto do cômodo, onde ninguém estava vendo, uma lágrima escorreu pela minha bochecha queimada. Então, essa era a verdade: a cerimônia de marcação com a qual eu sonhava não passava de uma mentira. O vínculo de companheirismo que eu tanto desejava seria a minha sentença de morte. Se era assim que tinha que ser, eu daria a ele o que ele queria.

Meu amigo de infância e meu irmão se apaixonaram pela estudante carente que veio morar em nossa casa. Vendo todo o carinho e amor da família sendo roubados por ela, decidi me desvincular desse núcleo familiar para sempre. Após minha partida, o homem que outrora desejou minha morte se desesperou em sua busca por mim.

Ao descobrir que Pedro Santos, para entregar remédios à sua assistente, não se importou comigo, que estava presa no elevador, sofrendo de claustrofobia, tomei uma decisão: pedi o divórcio. Pedro, sem hesitar, assinou os papéis da separação e, sorrindo, falou com seus amigos: — Ela só está fazendo birra. Os pais dela já morreram, ela nunca vai se divorciar de mim. E, além disso, temos os 30 dias de "período de reflexão" no divórcio. Se ela se arrepender, eu, como um bom homem, não vou cobrar nada dela, ela vai voltar. No dia seguinte, ele postou uma foto com sua assistente, os dois sorrindo juntos, com a legenda: [Registrando cada um dos seus momentos tímidos.］ Enquanto isso, eu, tranquila, fui arrumando minhas coisas e liguei para um número. — Tio, por favor, compra uma passagem para Cidade N para mim.

Eu deveria ter sido a futura Alfa Feminina da Alcateia do Norte, mas meu parceiro, o Alfa Rei Aiden Blackwood, me pediu para abrir mão de tudo. Ele insistia em me manter grudada ao seu lado 24 horas por dia, alegando que morreria sem o toque de sua parceira. Eu o amava tão profundamente que concordei. Por sete anos, fui tanto sua Luna perfeita quanto sua Beta competente, fortalecendo sua Alcateia dia após dia. Sentia que tudo valeu a pena, todos sabiam que Aiden me amava desesperadamente. Como tinha problemas para dormir, ele gastou 10 milhões para comprar o precioso "chá lunar" de uma bruxa para que eu pudesse descansar bem. Mas eles não sabiam que toda noite, quando adormeci, Aiden trouxe Sarah, nossa ômega da cozinha, para nossa cama. O mesmo lobo que me chamava de "pequena lua" transava com ela bem ao lado do meu corpo inconsciente. No dia em que o médico me disse que eu estava grávida de gêmeos, descobri tudo. Contive a queimação no meu coração e no peito e, com um olhar cansado, falei com a Deusa da Lua: — Deusa, desejo deixar este mundo. — Você estaria disposta a abrir mão de tudo isso, minha filha? Acariciei suavemente minha barriga e assenti com firmeza. A deusa suspirou e disse: — Em três dias, vou levá-la embora.

Passei seis meses planejando a viagem da família e gastei mais de 120 mil reais para organizar tudo. No entanto, quando a paixão de infância do meu companheiro, Victoria, soube da nossa viagem, implorou para se juntar a nós. Alexander não hesitou. Cancelou a minha vaga no comboio protegido e a ofereceu a ela. Fui forçada a viajar sozinha pelas terras perigosas da Alcateia das Sombras - uma jornada de trinta e seis horas, onde três lobos haviam morrido no mês anterior. Toda a família apoiou a decisão de Alexander sem pensar nem um segundo na minha segurança. Diante disso, mudei meus planos de viagem. Em vez de seguir para o sul, fui para o norte. Passei três meses aproveitando a vida, ignorando as mensagens por conexão mental deles. Foi quando a família começou a entrar em pânico...

No décimo ano do meu relacionamento com Braulio Camargo, ele anunciou publicamente seu romance. Mas não comigo, e sim com uma jovem atriz em ascensão. Os fãs de ambos os lados comemoraram entusiasmados, deixando mais de cem mil comentários e levando o assunto aos trending topics. Em resposta, postei a foto de um anel de noivado e anunciei meu casamento. Braulio me ligou imediatamente: — Apague essa postagem do Facebook. Não tente me forçar ao casamento desse jeito. Você sabe muito bem que minha carreira está em ascensão, que acabei de anunciar meu namoro. Não há a menor possibilidade de eu me casar com você... — Sr. Braulio, o noivo não é você. Se tiver tempo, venha brindar conosco. — Desliguei o telefone. Braulio enlouqueceu. Naquela noite, ele me ligou incontáveis vezes. No dia do meu casamento, ele apareceu de olhos vermelhos e me perguntou se eu fugiria com ele. Respondi friamente: — O quê?... Você acha que isso é romântico? Só um canalha levaria a filha de outra pessoa para fugir?... Que canalha sem noção. Ah... Que alívio.

Elena, que fora a paixão arrebatadora da juventude de Theo, e eu engravidecemos simultaneamente. Para preservar a reputação de Elena, ele declarou que a criança dela era sua, enquanto fazia com que o meu bebê que, na verdade, era dele fosse considerado ilegítimo. Quando o confrontei, ele disse: — Elena ainda não possui seu companheiro. Se o Conselho dos Lobisomens descobrir que ela está grávida fora do matrimônio, ela será expulsa da Alcateia Rosa Negra! Tenho que ajudá-la! Logo depois, enquanto Theo acompanhava Elena para o exterior, onde ela daria à luz, os pais dele me forçaram a abortar e, quando ele retornou, eu já havia desaparecido.

No terceiro dia após a minha morte, Dimitri Castro recebeu uma ligação para reconhecer um cadáver. Casualmente, enquanto abraçava a mulher que estava em seus braços, respondeu: — Se morreu, morreu. Cremem e me avisem depois. Meu corpo foi enviado para o crematório, transformado em cinzas, e o funcionário ligou novamente para Dimitri. Ele suspirou, impacientemente. — Entendido. Já estou indo.

Passei três anos ao lado de Eduardo, acreditando que, cedo ou tarde, ele tomaria coragem para me pedir em casamento. Porém, ele nunca deu esse passo. Então, quando ele se apaixonou perdidamente por Isabela, minha meia-irmã, e começou a cortejá-la descaradamente, eu finalmente acordei para a realidade. Dessa vez, não houve lágrimas, nem aquela espera silenciosa de que ele se arrependesse e voltasse. Decidi virar a página. Peguei todos os presentes que ele tinha me dado e os joguei no lixo, como se estivesse apagando as memórias de um tempo que não faria mais parte de mim. Também destruí o vestido de noiva que um dia comprei em segredo. No dia do aniversário dele, enquanto ele provavelmente celebrava cercado por amigos, eu estava na rodoviária, segurando uma mala e um bilhete só de ida. Quando estava prestes a embarcar, meu celular vibrou com uma mensagem: [Por que ainda não chegou? Todos estão esperando por você.] Li a mensagem com um sorriso irônico. Sem responder, apaguei o número dele e bloqueei todos os contatos possíveis. Ele não sabia que, duas semanas antes, eu tinha aceitado o pedido de casamento de Gael, meu amigo da época da faculdade. Assim que o avião pousasse na nova cidade, eu e Gael iríamos ao cartório para oficializar nossa união.

No dia do seu aniversário, Marília perdeu a única pessoa que realmente esteve ao seu lado: sua mãe. E seu marido? Nem comemorou o aniversário dela. Nem apareceu no velório. Estava ocupado demais indo ao aeroporto... Para buscar o amor da sua vida.