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Traição Antes da Cerimônia de Marcação

Traição Antes da Cerimônia de MarcaçãoPT

Cuento corto · Cuentos Cortos
Nara Pires  Completo
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Resumen
Índice

No dia da cerimônia de marcação, o que me aguardava não foram flores ou a aceitação da alcateia, mas sim a notícia de que meu namorado, Alex Costa, havia sido pego por uma nevasca e estava desaparecido, sem deixar vestígios. Eu, Aurora Santos, perdi o homem que amava, e o filhote de lobo em meu ventre perdeu o pai. Quase morri de tristeza, mas todos tentaram me consolar: — Aurora, tente ser forte, pelo menos pelo seu filho. No dia do velório, Heitor Costa, o irmão gêmeo de Alex, que fazia a patrulha na fronteira da alcateia, voltou para casa trazendo sua companheira. Sempre que eu via Heitor, com aquele rosto idêntico ao de Alex, meu coração se contorcia de dor. Até que, numa noite, ouvi sem querer uma conversa entre minha sogra, Dona Luna, e Heitor: — Alex, você precisa fazer isso. Seu irmão morreu para salvar você. Sua cunhada está sozinha, não é fácil para ela. Quando ela tiver o bebê e se sentir mais forte, você pode realizar a cerimônia de marcação com Aurora. Depois de um longo silêncio, ouvi a tal resposta de Heitor: — Mas e Aurora? Ela ainda está esperando um filho meu. Dona Luna suspirou e disse: — Aurora é uma menina forte, muito compreensiva. Ela vai entender. Heitor respondeu resignado: — Tudo bem, mãe, farei como você pediu. Foi só então que entendi: Alex nunca havia morrido. O Heitor, meu cunhado, diante de mim era, na verdade, Alex disfarçado! Meu coração se despedaçou e liguei para meu irmão, que morava na alcateia do sul: — Mano, quero voltar para casa. Alex já morreu, não faz sentido eu ficar aqui.

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Capítulo 1

Capítulo 1

No instante em que atendi o telefone e ouvi a voz familiar do meu irmão, minhas defesas desmoronaram.

Lágrimas rolavam incontrolavelmente, como contas de um colar partido.

Tapei a boca com força, sem coragem de chorar alto.

Ele percebeu minha tristeza e perguntou aflito: — Aurora, o que aconteceu? Aconteceu alguma coisa?

Balancei a cabeça, mas não consegui responder, só pude continuar chorando em silêncio.

Meu irmão ficou em silêncio por um momento e depois disse baixinho: — Aurora, não tenha medo. Seu irmão está aqui. Não importa o que aconteça, vou te ajudar a resolver. Espere só dois dias, depois de amanhã mando um carro para te buscar e ajeito tudo pra você.

Ao ouvir suas palavras, senti um calor tomar conta do meu peito.

Assenti, controlando as emoções, e desliguei o telefone.

Mal havia desligado, ouvi batidas na porta.

— Aurora, você já foi dormir? Esquentei um leite para você, tome um pouco e descanse.

Do lado de fora, Alex ainda fingindo ser Heitor, segurava um copo de leite, falando com uma voz suave.

Respirei fundo, enxuguei as lágrimas do rosto e fui abrir a porta.

Assim que a porta se abriu, Alex ficou paralisado.

Ele olhou fixamente para meus olhos inchados e perguntou preocupado: — Está passando mal?

Baixei a cabeça, sem responder.

Alex suspirou, deixou o leite na mesa e estendeu a mão para me ajudar a levantar.

— Eu sei que você ainda sente falta do meu... irmão.

— Mas ele já se foi. Você precisa cuidar de si mesma, pelo bebê que carrega.

Suas palavras falsas só aumentavam minha angústia e revolta, e eu cerrei os punhos com força.

Levantei o rosto e, ao encarar aquele rosto idêntico ao de Alex, senti uma dor no peito tão forte que mal conseguia respirar.

— Não é nada, só um desconforto na barriga.

Alex pareceu surpreso por um momento, logo demonstrando preocupação.

— Quer que eu chame um médico para te examinar?

Balancei a cabeça, tentando conter o choro: — Não precisa, só preciso descansar um pouco.

Alex me ajudou com delicadeza a sentar na cama, com uma intimidade que não cabia a um "cunhado".

Depois que me sentei, ele olhou para minha barriga ainda lisa e sorriu: — Esse garotinho já está dando trabalho para a mamãe antes mesmo de nascer.

— Quando ele nascer, eu, como tio, vou cuidar bem do pequeno.

— Aurora, por seu filho e pela memória de Alex, seja forte.

Suas palavras transbordavam preocupação, mas cada uma delas era como uma lâmina cortante, ferindo fundo meu coração.

Mordi o lábio inferior, as lágrimas ameaçando cair, mas resisti.

Levantei o rosto, encarei seus olhos e, com a voz trêmula, chamei: — Alex...
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